Em todos setores econômicos e para qualquer porte, as empresas lidam constantemente com riscos que podem prejudicar imagem, finanças e operações. Um ponto que muitas vezes não é considerado é o fato de que uma boa parte dos riscos e ameaças para um negócio podem ser prevenidos. Já apresentamos aqui no blog o conceito de gestão de risco, mas também é interessante conhecer a mitigação de riscos.
Lembra da expressão “prevenir é melhor do que remediar”? A mitigação, conforme detalharemos a seguir, trabalha com esta ideia, porém com todas especificidades voltadas às operações de um negócio.
Continue lendo para conhecer melhor esta estratégia, seus diferenciais e vantagens e também o plano de mitigação de riscos.
Por definição, “mitigar” significa reduzir, diminuir ou aliviar algo. A mitigação de riscos, então, é uma política e estratégia adotada por empresas e também em projetos específicos para identificar os riscos e agir de maneira preventiva para minimizar seus impactos e efeitos nas operações. Observe que não existe a necessidade de eliminar a fonte de um risco, ou de “arrancar o mal pela raiz”, afinal isso nem sempre é possível.
Conhecendo os possíveis riscos, conforme detalharemos melhor a seguir, é possível limitar seus efeitos e também reagir a eles de forma mais rápida e eficiente. Se, sem a mitigação, uma simples falha de comunicação poderia ocasionar um grande problema, com as estratégias de mitigação de riscos os efeitos são abrandados e é possível fazer uma administração mais assertiva de recursos para responder às necessidades.
E, afinal, como é possível prever os riscos e começar a mitigá-los? Bem, a melhor ferramenta para este objetivo é ter um bom diagnóstico sobre a empresa, o mercado e o público, com uma boa base de dados para levantar análises relevantes no plano de mitigação.
Mas antes, que tal conhecer os riscos em mais detalhes? Talvez você já os conheça, e principalmente se você se encontra em uma posição de gestão ou mesmo sendo o administrador do negócio, mas é interessante revisá-los com atenção.
Risco fiscal
No cenário das empresas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas, os riscos fiscais são aqueles relacionados ao fisco, ou seja, ao recolhimento de impostos e outros tributos direcionados ao Estado. É amplamente conhecido que existem leis e meios de tributação específicos entre Federal, Estadual e Municipal.
Nenhuma empresa escapa deste tipo de risco, que está alinhado principalmente ao não cumprimento do pagamento e a evasão. A fiscalização tributária é pesada, tanto sobre a empresa em si como seus produtos, seus contratos, no aluguel, entre fornecedores e assim em diante.
Logo, o melhor meio de mitigar o risco fiscal é ter uma política interna atenta a todos estes requisitos, com cumprimento pontual de todas as cobranças e também com ações de transparência junto ao setor financeiro.
Riscos regulatórios
Já este tipo de risco, apesar de ser externo ao negócio, se faz muito presente por cobrir todos os problemas relacionados à regulamentação, tanto nacional como internacional. Empresas que não certificam seus produtos e processos junto aos órgãos reguladores já estão em risco. O não cumprimento da legislação trabalhista também se enquadra aqui, desenrolando ainda para os riscos trabalhistas.
Mais recentemente, entrou em cena a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), mais um ponto de atenção dentro das empresas de qualquer porte. Fraudes e corrupção também contam como riscos originados a partir do não cumprimento das leis.
Enfim, este caso é complicado pela sua amplitude. O que pode ajudar no caso dos riscos regulatórios, e de todos outros, é ter uma política de compliance bem alinhada.
Riscos financeiros
Como o próprio nome indica, são os riscos relacionados à saúde financeira da empresa ou projeto. Para além dos riscos fiscais, que também se relacionam com dinheiro, existem muitos outros fatores problemáticos que podem prejudicar a imagem e as operações do seu negócio.
Riscos estratégicos
Todos projetos partem de uma estratégia, e preferencialmente uma com um planejamento completo. Ainda assim, existem os riscos estratégicos, com origem tanto externa como interna. Incluem-se aqui crises econômicas e todo o cenário político, tecnológico e ecológico do país e do mundo. Novas leis que influenciam diretamente sua empresa, seu produto ou seu mercado também trazem riscos diversos, em diferentes gravidades.
Riscos operacionais
Neste ponto, os riscos estão relacionados aos processos e a todas operações da empresa. Falhas operacionais, problemas de relacionamentos e entregas, informações incompletas, procedimentos improvisados e outros fatores (majoritariamente) internos devem ser observados e evitados ao máximo, justamente por ameaçarem a reputação e as próprias operações do negócio.
Riscos cibernéticos
Com a necessidade de se conectar e estar presente nos meios digitais, as empresas e todos indivíduos estão sujeitos aos ataques cibernéticos. Vazamento de dados, exposição da privacidade, ataques de hackers e apropriação do seu domínio são riscos que podem ser evitados com um planejamento completo e atento à Segurança da Informação.
Os riscos deste tipo também variam em diferentes níveis de gravidade. Talvez suas contas em redes sociais fiquem bloqueadas por algum tempo, ou nos piores casos até mesmo o seu caixa e a linha de produção podem ser afetados. Se a tecnologia não é o forte do seu negócio, ainda é importante contar com profissionais e parceiros que elaborem os projetos de proteção de dados e defesa adequados.
Riscos ambientais
Nem todas empresas estão expostas aos riscos ambientais, mas é notável como tais elementos são negligenciados em muitos planejamentos de gestão ou mitigação de riscos. Sabendo das responsabilidades sociais de uma empresa e das crescentes demandas para preservação do meio ambiente, é possível criar políticas e projetos – e até mesmo um departamento dedicado – voltados para a prevenção de riscos relacionados a acidentes, ao tratamento do lixo, da água e do esgoto, etc.
Especificamente neste artigo, nos próximos tópicos, não vamos dar tanto enfoque a este tipo de risco.
Riscos de conformidade
Muito similar aos riscos regulatórios, aqueles ligados à conformidade correspondem justamente ao atendimento da política de compliance. Neste ponto, cada empresa tem suas particularidades mas o mesmo foco: a conformidade com as regulamentações internas e externas.
Aqui, também, os riscos são variáveis desde pontos simples até os problemas mais complexos. Falta de documentação ou registro, práticas ilegais por parte da empresa e seus stakeholders, entre outras questões, podem implicar em prejuízos diversos e consequências da menor a maior gravidade.
Como você pode perceber, existem muitas fontes e causas de riscos. Dentro das responsabilidades da mitigação de riscos, é essencial identificá-las dentro da realidade da empresa e se preparar para reduzir seus impactos, atuando de forma proativa e mantendo um bom relacionamento com todos setores e entre projetos de um negócio.
Ter uma política de mitigação de riscos traz benefícios valiosos para uma empresa, e que podemos identificar como:
Não cabe aqui cobrir todas as ferramentas e atividades viáveis para os objetivos da mitigação de riscos, já que cada empresa e cada profissional especializado terão experiências próprias, além de referências e preferências.
A mitigação pode ser uma responsabilidade compartilhada com a gestão de riscos, sendo coberta por um departamento e profissionais específicos ou até mesmo por uma consultoria externa. A seguir, apresentamos duas ferramentas – ou mesmo estratégias – práticas para começar a entender quais são os riscos em seu negócio e levantar informações valiosas para transformar em um plano de ação.
Na lista de riscos que apresentamos aqui citamos que eles podem impactar uma empresa em diferentes níveis e “pesos”. A Matriz de Riscos é uma ferramenta que mensura isso através da relação entre Probabilidade e Impacto. Com esse gráfico, você classifica os riscos do negócio entre as probabilidades baixa, média e alta e entre sem impacto ou leve, médio, grave e gravíssimo.
Você vai conseguir priorizar o tratamento conforme os riscos se enquadrarem nestes eixos. Por exemplo, uma crise de probabilidade baixa com impacto grave requer atenção, mas pode ser abordada depois daquelas de alta probabilidade e impacto igualmente grave. Essa listagem dos riscos já devidamente classificados também ajuda na listagem de ações corretivas e preventivas para cada caso, e assim seu plano de mitigação já está mais perto das definições finais.
Apesar de não ser uma ferramenta em si, toda empresa precisa de Inteligência de Mercado. Para ter essa inteligência, é essencial ter dados reais, verificados e contextualizados. Só isto pode impulsionar as empresas a tomarem decisões acertadas e avaliarem seus resultados. Existem muitas ferramentas que fazem a coleta, tratamento e até a interpretação dos dados necessários para conhecer os riscos na realidade do seu negócio.
Um exemplo é a plataforma Gênesis, que agrega Big Data na realidade das empresas principalmente através do compliance e todas ações para gerenciamento de riscos. Dossiês jurídicos, levantamento de dados de pessoas físicas e jurídicas, análise reputacional e mais elementos estão disponíveis dentro de Gênesis, tudo com a possibilidade de automatizar seus processos decisórios.
E como já destacamos em tópicos anteriores, o melhor instrumento para ter sucesso na mitigação de riscos é ter um planejamento completo com revisão das ameaças e estratégias adequadas para mitigá-los. Entenda como obter isso, a seguir.
Existem etapas que vão chegar ao objetivo de elaborar o plano de identificação, mitigação e reação aos principais riscos relacionados à empresa. Ao começar com a identificação de riscos, é interessante segmentá-los em categorias, seja por origem e também grau de risco – a exemplo da Matriz de Risco que acabamos de descrever.
Isso ajuda a priorizar as melhores ações de mitigação para cada grupo. Esta priorização é importante pois, a não ser em casos de empresas e equipe totalmente dedicados a esta estratégia, o ideal é cobrir o que é mais prejudicial ou traz mais problemas em diversas frentes.
Para mensurar os riscos e seus impactos, lembrando de todos os tipos que apresentamos no começo deste artigo, é necessário ter uma ferramenta que fará o levantamento de dados internos e do mercado, assim como de stakeholders estratégicos, para obter relatórios de resultados e, dentro destes, encontrar pontos de atenção. A tecnologia é uma ótima aliada em todos os objetivos da mitigação e gestão de riscos, como já mencionamos no tópico anterior.
Seu plano de mitigação ainda depende de um acompanhamento próximo dos seus resultados, mais do que uma conclusão rápida do tipo “se o risco não apareceu então está tudo no certo”. Da mesma forma que os dados foram estrategicamente analisados para elaborar o planejamento, é necessário monitorá-los também de tempos em tempos, preferencialmente dentro de métricas adequadas para cada empresa e tipo de risco.
Por fim, tenha em mente que será necessário promover monitorias constantes para que os riscos sejam identificados e solucionados antes de tomarem grandes proporções. Nas empresas em que a gestão de riscos ainda não é recorrente, será necessário ter um amplo trabalho de implementação desta política na cultura do negócio, sempre com muita transparência e métricas específicas para monitoramento.
O plano e toda a estratégia de mitigação de riscos tem forte relação com o compliance de uma empresa, afinal existem muitas falhas e até mesmo crimes que podem surgir internamente, sem conhecimento de gestores e decisores. O melhor caminho é tomar conhecimento de todas necessidades e opções para seu negócio, inclusive buscando ajuda de profissionais especializados na área e consultando ferramentas seguras para desenvolver e acompanhar todas as atividades de mitigação de riscos. Sobre este tema, aproveite e confira também 4 tecnologias para otimizar os trabalhos da área de compliance.
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